quarta-feira, 12 de março de 2008

A ESPERA

A PORTA FECHADA
E ELE ESPERANDO O TRINCAR DAS CHAVES
O SOMBRIO SILENCIO FALA POR SI
E NEM SINAL DO SOAR SINTILAR DAS CLAVES

A ANGUSTIA DO MAL FALADO
VIVE NUM TEOR CORROENDO SEU EU
SABENDO QUE NÃO HÁ COMO VOLTAR
GRITA NO SILENCIO E NINGUEM SOCORREU

A ESPERA FAZ DO SEGUNDO UM SECULO
MAS CONTINUA SENTADO A PORTA OLHAR
A ANSIEDADE SE MISTURA COM MEDO
PELO TALVEZ DE NUNCA MAIS VOLTAR

DE REPENTE SOA A MUSICA QUE ELE ESPERAVA
ERA ELA ENTRA RAPIDAMENTE E NADA DIZ
OLHA EM SEUS OLHOS PEGA O QUE ESQUECEU
E SAI DIZENDO QUE CHEGOU PARA ELES O FIM

AO BATER ESTREMECEDOR DA PORTAL
ELE SEM MAIS NENHUMA REAÇÃO
OLHA PELA FLECHA DA JANELA
ELA SUMINDO EM PLENA ESCURIDÃO

VOLTA NA MESMA DIREÇÃO DO INICIO
SENTA-SE A POLTRONA A SE CONSENTRAR
VOLTA A ESPERANÇA DA BESTEIRA QUE FEZ
ELA VOLTAR E COM O BEIJO O PERDOAR

MAS ISSO NADA ACONTECE
E ELE CONTINUA ESPERANDO...

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